por Guilherme Fiúza
O cigarro é contra o desenvolvimento sustentável. A informação foi divulgada nesse dia nacional de combate ao fumo. E tem a chancela da ONU. Portanto, você já sabe: não quer dizer nada.
Os burocratas que torram o dinheiro das nações com seus banquetes e papers intermináveis chegaram à conclusão de que o fumo está diretamente ligado à pobreza. O sujeito deixa de comprar comida para comprar cigarro, aí fica fraco e doente, trabalha menos e fica pobre.
Os papers da ONU também são contra o desenvolvimento sustentável. Gente que estudou nas melhores escolas gasta tempo e matéria-prima para produzir teorias fajutas e alarmismo global. Isso deve ter um impacto quantificável no PIB.
José Serra, que instituiu a censura publicitária, aproveitou para propor uma lei nova. Ela permitirá que até um motorista de táxi que acenda um cigarro em seu carro possa ir preso.
Não dá para imaginar onde vamos parar com tanta virtude. O curioso é que a venda de carros continua liberada, os decibéis das buzinas também, e as pessoas podem continuar fuzilando seus nervos à vontade por aí. Se você enfartar, deve ter sido por causa daquele cigarro que alguém acendeu no saguão do hotel.
Há pelo menos uma vantagem nisso. Você não precisa mais decidir o que é bom para si, em que medida. O Serra e a ONU decidem por você.
Fumaça de cigarro dos outros realmente é insuportável. Ultrajante. Mas o cidadão falando no seu ouvido com o radinho dele, fazendo pri-pri no restaurante, no elevador ou no saguão do hotel, e te convidando a saber que horas ele vai chegar na academia de ginástica, tudo bem.
Chegaremos ao dia em que, como no filme “Obrigado por fumar”, alguém vai propor retocar os clássicos de Hollywood para banir a aparição dos cigarros. É assim que vamos livrar a sociedade dos males do tabagismo.
Stalin está entre nós. Cof, cof.
Tarefa impossível...
Há 3 semanas
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