sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da Consciência adjetivada

no Resistência

Ontem foi comemorado o Dia da Consciência Negra. A data foi estabelecida em homenagem a Zumbi dos Palmares, morto em 20 de novembro de 1695. Zumbi, se não lembram, era um escravo que, revoltado contra as condições realmente desumanas a que eram submetidos os negros, rebelou-se, fugiu e fundou o Quilombo dos Palmares -- onde também havia escravidão. Segundo li neste verbete da Wikipédia, devidamente referenciado (grifos meus):

"A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia".

Ou então:

"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo".

Sacaram a homenagem a Zumbi? Eu não...

Também não saquei até hoje essa história de "consciência negra". Como assim? Consciência tem cor? Desde quando? Quem a pintou? Com que tinta? Com brocha, pincel ou spray? Do alto da minha ignorância, sempre imaginei que a consciência, como a água, fosse incolor, inodora e insípida. Vivendo e aprendendo...

Mas se a consciência suporta adjetivos, também quero brincar disso. Lanço aqui uma campanha pela adoção do Dia da Consciência Pesada. Uma homenagem aos obesos, nossos irmãos. (E, se eu não me cuidar, em breve entrarei para a catchiguria.) Poderia cair no dia do nascimento do Faustão. Ou do Jô Soares, sei lá...

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei a sua análise exata como deve ser e simples e severa como bem cabe.
E adorei cada pedaço do seu blog que carlos cesar higa me indicou.