Permanent mass unemployment destroys the moral foundations of the social order. The young people, who, having finished their training for work, are forced to remain idle, are the ferment out of which the most radical political movements are formed. In their ranks the soldiers of the coming revolutions are recruited.
Socialism, Ludwig von Mises.
O desemprego como um fenômeno permanente e de considerável magnitude tornou-se o principal problema político de todos os países democráticos. Que milhões fiquem permanentemente excluídos do processo produtivo é algo que não pode ser tolerado, mesmo que seja par um curto período de tempo. O indíviduo desempregado quer trabalhar. Quer ganhar um salário, porque considera que as oportunidades que um emprego lhe proporciona são maiores do que o duvidoso valor do ócio na pobreza. Fica desesperado porque não consegue encontrar trabalho. E entre os desempregados que os aventureiros e os aspirantes a ditador costumam recrutar as suas tropas de choque. A opinião pública considera que essa situação de desemprego e uma prova do fracasso da economia de mercado.
O público acredita que já ficou demonstrada a incapacidade de o capitalismo resolver os problemas de cooperação social. O desemprego e apresentado como o inevitável resultado das antinomias, das contradições da economia capitalista. O que a opinião publica não percebe e que a causa real do permanente desemprego em larga escala deve ser atribuída a política salarial defendida pelos sindicatos e ao apoio que o governo tem concedido a esse tipo de política. A voz do economista não chega a ser ouvida pelo público. E crença geral, entre as pessoas leigas, que o progresso tecnológico tira de muitas pessoas a possibilidade de seu próprio sustento. Por essa razão as guildas perseguiam os inventores; por essa razão os artesões destruíam as máquinas.
Hoje em dia os que se opõem ao progresso tecnológico recebem o apoio de pessoas que são habitualmente consideradas cientistas. Em livros e artigos afirmam que o desemprego tecnológico e inevitável — pelo menos no sistema capitalista. Como um meio de combater o desemprego recomendam que a jornada de trabalho seja reduzida; como os salários devem ser mantidos sem alteração (ou diminuídos menos que proporcionalmente, ou até mesmo aumentados), isso significa que na realidade os salários estão sendo aumentados e, por conseguinte, também o desemprego. Recomendam que sejam implementados programas de obras píblicas para gerar emprego. Mas se os recursos necessários são oriundos da arrecadação de impostos ou da emissão de títulos, a situação permanece a mesma.
Os recursos usados nesses projetos são retirados de outros projetos, e o aumento da oportunidade de emprego num setor da economia e neutralizado pela redução noutro setor do sistema econômico. Finalmente, acabam recorrendo a expansão do credito e a inflação. Mas, com preços aumentando e salários reais diminuindo, as reivindicações sindicais por maiores salários ficam cada vez mais intensas. Não obstante, devemos mencionar que a desvalorização da moeda e medidas inflacionárias semelhantes, conseguiram, em alguns casos, temporariamente, suavizar os efeitos da política salarial dos sindicatos e reduzir por algum tempo o crescimento do desemprego. Comparada com a forma ineficaz com que e tratado o problema de desemprego nos paises habitualmente chamados de democráticos, os ditadores conseguem ser muito mas bem-sucedidos.
O desemprego desaparece se forem adotadas formas de trabalho compulsório, Como prestação de serviço militar, criação de campos de trabalho ou qualquer outra forma compulsória de prestação de serviço. Os trabalhadores nesses empregos terão que se dar por satisfeitos com salários bem menores do que os recebidos por outros trabalhadores. Gradativamente, uma redução dessa diferença irá ocorrer, seja pelo aumento dos salários dos que trabalham nessas frentes de serviço, seja pela diminuição do salário dos demais trabalhadores. O sucesso político de alguns governos totalitários se deve sobretudo aos resultados obtidas na sua luta contra o desemprego.
:: Capítulo II, seção 4, do livro Interventionism, um clássico do economista austríaco Ludwig von Mises.
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