"Há três gêneros de cérebros: um, o dos que entendem as coisas por si próprios; outro, o dos que discernem o que os outros entendem; o terceiro, o dos que não entendem nem por si próprios nem sabem discernir o que os outros entendem".
"O Príncipe", Maquiavel, cap.2
A maioria esmagadora das pessoas normais talvez jamais assuma qualquer posição político-partidária na vida. As pessoas votam em candidatos e fim de papo! Querem é ver, pelo menos, resultados práticos já que provenientes de escolhas compulsórias exigidas por uma lei de proteção aos produtores da politicagem, feita para galgarem o Poder, enquanto perdurar a confusão idiota premeditada entre o sagrado direito e a obrigação espúria de votar em qualquer um, em qualquer partido, para não serem punidos pela lei da chibata ideológica.Votar em branco, não vale a incomodação, a fila e o preço da passagem...
O voto obrigatório não passa de uma excrescência produzida pelo espírito anti-liberal e, por isso, sempre autoritário e intelectualmente mesquinho daqueles que se dizem porta-vozes do povo. É como se disesse, outrora, que a lei da chibata fosse consequência da necessidade do próprio marinheiro, quando alistado à força para navegar em nome de um Estado indiferente...
O voto obrigatório, a concepção do Estado como um fim e não como um meio, e todas estas barbaridades tributárias que transformaram a vida do brasileiro em um inferno de boas e mentirosas intenções sociais, são produtos do estatismo e da sociopatia impregnados no mercado político como se fossem mercadorias de contrabando, muito baratinhas mas cheias de defeitos e sem qualquer possibilidade de assistência técnica ou de compensações pelos danos materiais e morais...
Você, meu amigo leitor, talvez nem tenha tempo ou vocação intelectual para estudar as complexidades das ciências políticas. Possivelmente, nunca leu ou jamais lerá Adam Smith, F. Hayek, Ludwig von Mises, Milton Friedman, muito menos ainda Marx ou Engels... Quem sabe se você, também, nunca teve o azar de ser torturado pelas ladainhas de professores em missão pastoral de catequese socialista, como tem acontecido com milhões de jovens patrícios desviados do amor, do esporte, das belas-artes, da família, do lazer e da religião pelos sonhos de gente frustrada que não vendo luz alguma no fundo do tunel de suas próprias frustrações, resolve levar todo o mundo na conversa, diretamente para o buraco escuro de suas crenças coletivistas. Inconformados, sonham poder um dia assumir o controle burocrático das vidas alheias,ditando regras para a salvação do mundo, sempre de forma padronizada em suas cacholas avessas às diversidades. A benemerência do Estado, em geral, gasta mais com os assistentes que com os assistidos.
Mas, apesar dessa sorte toda, você não sabe ainda qual o seu próprio perfil político? Pois bem, em cada cem casos como o seu, noventa e nove são liberais natos e não sabem... Vamos esquecer a minoria insossa, tristonha e sempre amante da caça inquisitorial às bruxas, e ajudar você a desvendar o seu verdadeiro perfil psicológico e político (psícopolítico).
Começando pelo dicionário do Aurélio: ele diz que liberal é adjetivo (qualifica) 1. Amigo de dar; dadivoso, pródigo. 2. Que é partidário do liberalismo. 3. Que tem idéias ou opiniões avançadas. 4. Partidário do liberalismo. Mais adiante, descobrimos que "liberalismo", como substantivo masculino, significa o "conjunto de idéias e doutrinas tendentes a assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, etc., na sociedade". Você, com certeza, já está começando a se olhar no espelho de sua própria alma e perguntando a si próprio se não é isso que você sempre achou que era...
Calma, amigo, vamos mais em frente...Se você também concordar, plenamente,com as proposições abaixo enumeradas, não tenha mais nenhuma dúvida de que você é um "liberal" até à raiz do cabelo e que ninguém vai levar você na conversa fiada. Vamos lá:
1. Liberdade não é libertinagem!
2. As virtudes da economia são: o trabalho, a poupança, a prudência, a previdência, a generosidade, moderação no supérfluo, honestidade pública e privada.
3. Educação se não for para o desenvolvimento e com vocação para a prosperidade é pura perda de tempo com fantasias. O patrulhamento ideológico é a domesticação dos jovens para a perda condicionada da liberdade de escolha individual - uma ação contrária à boa prestação de serviços educacionais.
4. Todos são iguais perante a Lei.
5. Cada um aproveita sua oportunidade conforme regras estáveis de liberdade.
6. Um país com desigualdades regionais tem que fazer esforço na educação de primeiro grau, no ensino profissionalizante local para ensinar como se pode ganhar honestamente o dinheiro, um esforço enorme na prevenção de doenças, na valorização da relação da população com o Meio Ambiente e um esforço continuado para evitar a proliferação da miséria e das carências multiplicadas pelo coito irresponsável (paternidade irresponsável).
7. Uma república federativa deve conceder máxima autonomia, liberdade e responsabilidades aos governos mais próximos à população. A maior parte do dinheiro arrecadado pelos impostos deve ser gasto onde foi pago e sob vigilância participativa dos contribuintes.
8. Sem ética econômica, isto é, sem respeito aos contratos e ausente a responsabilidade política, as questões sociais tendem a ficar cada vez mais graves e ameaçam a liberdade de todos os constituintes da sociedade organizada. O cooperativismo, e não a estatização, é uma das melhores soluções capitalistas para as dificuldades da produção e do consumo em mercado livre.
9. A injustiça contra um é uma ameaça contra todos. Todos devem ser livres para abraçar quaisquer idéias políticas; o problema policial começa quando passam a ameaçar a segurança pública, a propriedade e a liberdade dos que pensam diferente.
10. O excesso de impostos e obrigações, de leis e regulamentos que tolhem a liberdade, o desrespeito ao direito de propriedade, a insegurança pública e o governo imperial centralizado na distante Brasília, roubam nossos desejos e recursos para construirmos um país democrático, próspero e feliz.
Muito bem, se confirmada sua concordância, você acaba de ler, com excelente aproveitamento, quase a metade da biblioteca disponível de qualquer Instituto Liberal que se preze. Eu e você estaremos, daqui para frente aliados, na defesa daquilo que realmente interessa. O resto, fica para mais adiante.
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